Há pelo menos 20 anos os alimentos transgênicos são produzidos no Brasil e desde então há um grande debate em torno do consumo destes produtos. Para fazer escolhas mais conscientes sobre o que se coloca no prato, é fundamental entender o que são alimentos transgênicos e como identificá-los na hora das compras.
Alimentos transgênicos são aqueles que passaram por um processo de modificação de seus genes em laboratório, através de recursos de engenharia genética. Para isso, podem ser usados genes de uma mesma espécie ou de diferentes organismos.
Os alimentos transgênicos mais produzidos no Brasil são soja, milho e algodão, os quais não estão disponíveis somente in natura, como também fazem parte da composição de produtos como margarina, óleo de cozinha, salsicha, biscoitos, farinhas e também de rações para animais.
As justificativas para a produção dos alimentos transgênicos são aumentar a oferta de alimentos, acelerando assim a produção, além de deixá-los mais nutritivos e resistentes aos agrotóxicos. Por outro lado, o consumo de transgênicos pode causar aumento nas alergias e no consumo de pesticidas, além de aumentar a resistência das pessoas ao uso de antibióticos.
Quais as características dos alimentos transgênicos?
O que são alimentos transgênicos, afinal? Pode-se chamar dessa forma todos os alimentos que possuem genes de um outro organismo em seu DNA. A modificação genética dos alimentos acontece em laboratório, através de recursos artificiais de engenharia genética.
Para produzir um alimento transgênico podem ser usados tanto genes de outro alimento quanto de uma bactéria ou fungo, por exemplo. A escolha pode se basear em aumentar o valor nutricional de um ingrediente ou deixar a espécie mais resistente a pragas.
Eles são produzidos também com o intuito de aumentar a produtividade nas lavouras, diminuindo o espaço necessário para comportar as plantações e o tempo para a colheita, com menor perda de ingredientes.
Para que o consumidor saiba de antemão se está adquirindo um alimento transgênico, desde 2003 é obrigatório que os rótulos de produtos que contenham pelo menos 1% de transgênicos em sua composição tragam o ícone de um triângulo amarelo com a letra T em destaque na embalagem.
Os alimentos transgênicos mais produzidos
A produção de alimentos transgênicos acontece em larga escala ao redor do mundo, e o Brasil é o segundo maior produtor mundial, perdendo apenas para os Estados Unidos.
No Brasil, os alimentos transgênicos mais produzidos são soja, milho e algodão. Estima-se que cerca de 95% da soja produzida nacionalmente é transgênica e mais de 90% do milho e do algodão produzidos no país são transgênicos.
Isso não significa, porém, que os alimentos transgênicos se resumem a esses ingredientes e isso porque eles são usados na produção de uma série de itens industrializados, tais como margarina, biscoitos, salsicha, óleo de cozinha, cereais, massas e farinhas, além de leite de soja e amido de milho.
Embora os grãos, vegetais e frutas sejam os mais comuns, também há registros de proteínas animais geneticamente modificadas, como é o caso de um salmão encontrado no Canadá e nos Estados Unidos e que cresce até 2 vezes mais rápido e consome até 25% menos ração.
Os riscos dos alimentos transgênicos para a saúde e o meio ambiente
Ainda que o consumo de alimentos transgênicos seja considerado seguro, alguns estudos já apontaram riscos para a saúde e o meio ambiente.
Um dos principais riscos para a saúde é a possibilidade de desenvolver alergias, uma vez que a modificação genética contribui para a formação de novas proteínas e aminoácidos.
O aumento na resistência aos antibióticos é outro risco associado aos alimentos transgênicos, pois no laboratório são inseridos genes resistentes a esses medicamentos.
Ao ingerir alimentos transgênicos, as pessoas também tendem a estar mais expostas a agrotóxicos e substâncias nocivas à saúde de modo geral.
Isso porque os alimentos geneticamente modificados podem receber genes de resistência a agrotóxicos e de plantas que possuem substâncias tóxicas para se proteger de seus predadores naturais.
Os riscos dos alimentos transgênicos também atingem o meio ambiente, pois a produção desses alimentos reduz a biodiversidade e pode contribuir para criar “superpragas”, que necessitam de uma maior quantidade de agrotóxicos para serem combatidas.
Para quem deseja reduzir ou até eliminar os alimentos transgênicos do cardápio, a dica é optar pelos produtos orgânicos no dia a dia. Além de não conterem genes modificados, os alimentos orgânicos são produzidos sem o uso de agrotóxicos ou fertilizantes químicos, beneficiando a saúde e o meio ambiente.
Vale lembrar que os orgânicos não estão presentes apenas na sessão de frutas, verduras e legumes, pois é possível encontrar desde vinho até carne orgânica. Além de aumentar o consumo de alimentos orgânicos, é fundamental olhar com atenção os rótulos dos alimentos na hora da compra.
