Adquirir bons hábitos para a reeducação alimentar, certamente não tem a ver com cortar centenas de calorias diariamente, deixar de comer o que gostamos, ingerir alguns tipos de comida sem graça.
Nada disso é verdade. Há um “pré-conceito” estabelecido de que a reeducação alimentar é uma dieta com a obrigatoriedade de mudar tudo o que consumimos da versão “original” pela light ou diet.
O certo é que a reorganização alimentar deve ser realizada sem tortura e isso tem relação muito maior com uma mudança de hábitos do que com uma dieta rigorosa, que seja absolutamente restritiva.
Isso significa que não resolve ter uma “meta” diária de calorias, se não for modificado o modo de pensar e de agir com a nossa alimentação.
Na verdade, executar uma reeducação alimentar nada mais é do que fazer as pazes com a comida.
E, ao contrário do que se imagina, de modo algum, as pessoas devem ficar angustiadas ao montarem seu prato. O que ocorre é que realizar um novo tipo de cardápio, de alimentação, significa revisar os hábitos e comportamentos alimentares.
De forma distinta das dietas radicais, a reeducação alimentar baseia-se na melhora da relação com a comida. E tem como grande missão nos levar até um peso considerado ideal.
Modificar nossos hábitos é algo que pode levar muitos anos para se concretizar. Diferente de uma dieta que exige muito sacrifício e sofrimento, podendo ser traumático, a reeducação é algo que se sustenta durante toda uma vida.
É por isso que a paciência, mais do que uma grande virtude, é uma palavra-chave neste caso.
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Como implantar uma reeducação alimentar
O primeiro passo para implantar a reeducação alimentar é cortar os líquidos durante a refeição. Principalmente se essa bebida for um refrigerante.
Porém, se a pessoa tem este hábito desde cedo, ela deve ir deixando aos poucos isso para que não seja algo muito radical, essencialmente se estamos iniciando uma longa jornada.
Vale a lembrança: o objetivo é melhorar a qualidade de vida, tendo como meta um peso saudável e sem grandes sofrimentos!
A segunda etapa é entender que é possível comer de tudo, de forma moderada, com consciência, em paz, tendo prazer nas nossas refeições. Porém, é essencial incluir, cada vez mais, os alimentos in natura.
Aos poucos, deve-se reduzir, também, a ingestão da comida ultra processada.
Consumir maior quantidade de comida caseira, ou seja, aquela que fazemos na nossa casa, faz parte do terceiro passo deste processo.
Isso ocorre porque, cozinhando em casa, podemos fazer alimentos mais frescos e, principalmente, mais leves.
É possível, ainda, improvisar na cozinha, usando temperos e ervas que irão acostumar o nosso paladar com sabores mais naturais.
Quem adota temperos benéficos como açafrão, curry, páprica, pimenta, louro, manjericão, salsinha, cebolinha, entre outros, vai ver que não sairá perdendo.
Pelo contrário! Comerá de modo mais saudável e, muitas vezes, de forma mais saborosa que antes.
A quarta etapa nesta mudança de hábitos para uma reeducação alimentar, é para muitos, das mais difíceis de realizar: reduzir a quantidade de açúcar que ingerimos.
Mas, calma: temos uma notícia boa. O nosso paladar é facilmente adaptável!
Na verdade, se você não sabe por onde começar este processo, é simples; conforme já foi citado: corte o consumo dos alimentos que são ultra processados: eles têm muito açúcar e gorduras nocivas, por isso que nos fazem tão mal.
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O que podemos comer na reeducação alimentar?
Uma dica para ter uma vida melhor é ingerir mais água e evitar ao máximo as bebidas doces. Se possível, cortá-las. Afinal, elas não são saudáveis.
Se ainda faz questão de tomar algo, tente uma bebida mais natural, como um chá ou as águas aromatizadas ou “saborizadas”.
A tendência do nosso corpo, naturalmente, é aceitar cada vez menos o excesso de açúcar e passar a gostar de tomar mais água. O resultado será visível!
Procure se alimentar prestando maior atenção ao seu corpo, esse é um dos princípios básicos para a boa reeducação alimentar.
Coma mais devagar, aproveite e saboreie aquilo que você está ingerindo e, desta forma, você vai ver que não necessita de grandes quantidades de comida para se satisfazer.
Cabe ressaltar que a qualidade do que ingerimos conta muito mais do que a quantidade de comida. Faça variações de alimentos, busque realizar as refeições principais com regularidade, com rotina e horários pré-estabelecidos.
Certamente, isso nos ajuda a administrar melhor a nossa fome e a não perdermos o controle do que estamos comendo.
Ter uma alimentação saudável, com boa qualidade de vida, é o que todos buscam, porém muita coisa deve ser levada em consideração, principalmente nossa pesada rotina e a correria do dia a dia.
Isso não quer dizer, no entanto, que temos que consumir qualquer tipo de alimento na rua pois, no final das contas, nosso peso e nossa saúde acabam prejudicados.
Um dos alimentos que podemos consumir na reeducação alimentar são os carboidratos já que eles são boa fonte de energia para o nosso corpo. No entanto, eles devem ser ingeridos sem exagero, com equilíbrio.
O aconselhável é consumir aqueles que são integrais, ou seja, pão integral, arroz integral, aveia, até porque os carboidratos são a base da nossa alimentação.
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Como montar um cardápio para reeducação alimentar
É evidente que a reeducação alimentar é um processo lento, gradual, que exige maior conhecimento dos alimentos que ingerimos e das porções utilizadas em cada refeição.
Vamos então mostrar como montar o cardápio ideal para esta renovação geral do nosso menu.
Cabe ressaltar que as porções variam de acordo com o que cada um de nós precisa consumir, de acordo com o seu organismo, em termos de calorias diárias.
Começando com o café da manhã, ele deve ter um suco ou fruta inteira, derivados de leite (laticínio) e fibra integral, podendo ser uma torrada, pão ou cereal matinal;
Já no almoço, considerado por muitos como a principal refeição do dia, temos que consumir alguma proteína, (carne vermelha ou frango, por exemplo).
Além das carnes, também devemos consumir uma fonte de carboidratos e fibras, como leguminosas e verduras, em grandes medidas, além de arroz ou macarrão, sementes como a linhaça.
Igualmente, é interessante incluir ao menos uma fruta, seja na salada ou como sobremesa.
O lanche da tarde pode ser com castanhas, pistache ou amêndoas, frutas secas, iogurte, entre outros.
Na última refeição do dia, para o jantar, nosso prato pode ser parecido com o do almoço, mas com redução dos alimentos ricos em carboidratos. Também devemos aumentar o consumo de legumes e verduras.
É importante, neste caso, para dormir bem, que se dê um intervalo de uma hora e meia a duas horas para fazer a refeição antes de dormir.
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Dicas para mudanças de hábitos alimentares
É sempre importante ressaltar algumas dicas importantes para termos uma eficiente reeducação alimentar.
Começar, dar o primeiro passo é o mais importante. Mesmo que seja aos poucos. Troque uma comida que não seja tão saudável por uma mais benéfica à sua saúde.
Opte por um iogurte mais natural. Se for tomar suco, a mesma coisa. Esqueça o de caixinha!
É fundamental passar a ler os rótulos dos alimentos. Desta forma, iremos evitar os que contém muito açúcar, sódio, gordura e carboidratos. Descasque mais e desempacote menor.
Não faça muitos intervalos entre as refeições. Coma a cada 3 horas, isso ajudará o seu metabolismo a funcionar de modo correto.
Fibras alimentares são fundamentais ao bom funcionamento do intestino. Elas marcam presença em vários alimentos: grãos integrais, frutas e verduras;
Sempre que possível, evite ingerir alimentos que são ricos em gorduras saturadas. Tente substituí-los por gorduras saudáveis, como aquelas que estão no abacate e nas castanhas e nos peixes.